O câncer de pênis é um tipo de tumor raro que pode surgir no órgão ou apenas na pele que o cobre, provocando mudanças na cor e textura da pele, assim como surgimento de nódulos ou feridas que demoram muito tempo para desaparecer.

Este tipo de câncer é mais frequente em homens com mais de 50 anos, mas também pode acontecer em jovens, especialmente em homens fumantes, que façam má higiene da região íntima ou que tenham contato íntimo sem camisinha, por exemplo..

O câncer de pênis tem cura, no entanto pode ser necessária cirurgia para remover os tecidos afetados e, por isso, quanto maior for o tumor ou quanto mais tarde for identificado, maiores são as chances de precisar retirar um pedaço maior do pênis. 

Isso pode trazer consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem, afetando sua autoestima, sua qualidade de vida e seus relacionamentos.

No Brasil, o câncer de pênis é mais comum nas regiões Norte e Nordeste, representando 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. 

A causa exata que leva ao desenvolvimento do câncer de pênis é ainda desconhecida, mas alguns fatores podem favorecer o aparecimento dessa doença, como tabagismo, poucos hábitos de higiene íntima, infecção pelo vírus HPV, ausência de circuncisão ou circuncisão realizada quando adulto e idade superior a 60 anos.

Por isso, é muito importante que os homens estejam atentos aos sinais e sintomas do câncer de pênis e procurem um médico urologista caso notem alguma alteração na região genital. 

Além disso, é fundamental que os homens adotem medidas preventivas, como evitar o cigarro, fazer uma boa higiene do pênis, usar preservativo nas relações sexuais e fazer a vacina contra o HPV quando indicada.

Sintomas do Câncer de Pênis: Identificação e Reconhecimento

Os principais sintomas do câncer de pênis são:

• Aparecimento de ferida avermelhada que não cicatriza;
• Dor no pênis que não melhora após 4 semanas e aumenta ao longo das semanas;
• Nódulo no pênis, na glande ou no prepúcio;
• Pele do pênis ou do prepúcio mais espessa, dificultando sua retração;
• Mudança na cor do pênis ou do prepúcio;
• Corrimento com mau cheiro que sai pela uretra;
• Sangramento pelo pênis;
• Inchaço da extremidade do pênis;
• Dor e inchaço nas ínguas da virilha;
• Perda de peso sem causa aparente;
• Cansaço.

Alguns desses sintomas, principalmente a ferida que surge no pênis e que não cicatriza, podem ser indicativos de outras doenças, como herpes, sífilis ou doenças autoimunes, por exemplo. 

Por isso, o melhor é consultar um urologista para fazer os exames de diagnóstico necessários, confirmar a causa e iniciar o tratamento adequado.

Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Pênis

O diagnóstico do câncer de pênis é feito pelo urologista a partir da avaliação dos sinais e sintomas descritos pelo homem. 

Além disso, é normalmente indicada a realização de uma biópsia com o objetivo de verificar se há alguma alteração nas células do pênis que sejam indicativas de malignidade.

O tratamento do câncer de pênis depende do tamanho, da localização e do estágio do tumor, assim como das condições gerais de saúde do paciente. As principais modalidades de tratamento são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia.

A cirurgia é o tratamento mais comum e consiste na remoção do tumor e de uma margem de segurança de tecido saudável ao redor. Em alguns casos, pode ser necessário retirar parte ou todo o pênis, o que é chamado de penectomia parcial ou total. 

Quando há comprometimento dos linfonodos da virilha, também pode ser feita a retirada desses gânglios, o que é chamado de linfadenectomia inguinal.

A radioterapia é o uso de radiação para destruir as células cancerígenas. Ela pode ser usada como tratamento principal em casos de tumores pequenos e superficiais, ou como tratamento complementar após a cirurgia, para reduzir o risco de recidiva. 

A radioterapia pode ser feita por meio de uma fonte externa ou por meio de implantes radioativos no pênis, o que é chamado de braquiterapia.

A quimioterapia é o uso de medicamentos que atuam no organismo inteiro para combater as células cancerígenas. 

Ela pode ser usada como tratamento principal em casos de tumores avançados ou metastáticos, ou como tratamento complementar após a cirurgia ou a radioterapia, para aumentar as chances de cura. 

A quimioterapia pode ser administrada por via oral, intravenosa ou por meio de cremes aplicados diretamente no pênis.

Cuidados Após o Tratamento e Acompanhamento Médico

Após o tratamento do câncer de pênis, é importante que o homem siga as orientações médicas e tome alguns cuidados para se recuperar bem e evitar complicações. Alguns desses cuidados são:

• Manter uma boa higiene da região genital, lavando o pênis com água e sabão neutro diariamente;
• Usar roupas íntimas limpas e confortáveis, evitando tecidos sintéticos ou apertados;
• Evitar relações sexuais até a cicatrização completa das feridas;
• Usar preservativo nas relações sexuais após a liberação médica, para prevenir infecções e reinfecções pelo HPV;
• Evitar o cigarro e o consumo excessivo de álcool;
• Ter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes;
• Praticar atividade física regularmente, conforme a orientação médica;
• Controlar o estresse e buscar apoio emocional se necessário.

Além disso, é fundamental que o homem faça um acompanhamento médico periódico após o tratamento do câncer de pênis, para verificar se não há sinais de recidiva ou de metástases. 

O intervalo entre as consultas depende do caso de cada paciente, mas geralmente varia entre 3 e 6 meses nos primeiros anos e entre 6 e 12 meses nos anos seguintes.

Desmistificando Mitos sobre o Câncer de Pênis

O câncer de pênis é uma doença que ainda gera muitas dúvidas e medos nos homens, principalmente por envolver um órgão tão importante para a identidade e a sexualidade masculina. Por isso, é preciso esclarecer alguns mitos sobre esse tipo de câncer, como:

• O câncer de pênis é contagioso: Falso. O câncer de pênis não é uma doença infecciosa que possa ser transmitida por contato sexual ou por outros meios. No entanto, alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver esse tipo de câncer podem ser transmitidos por via sexual, como o vírus HPV. Por isso, é importante usar preservativo nas relações sexuais para prevenir esse e outros agentes infecciosos.
  
• O câncer de pênis só afeta homens idosos: Falso. O câncer de pênis pode afetar homens de qualquer idade, embora seja mais comum em homens com mais de 50 anos. Alguns fatores que podem contribuir para o aparecimento do câncer de pênis em homens mais jovens são o tabagismo, a falta de higiene íntima, a infecção pelo HPV e a ausência de circuncisão.
  

• O câncer de pênis impede o homem de ter relações sexuais: Falso. O câncer de pênis não impede o homem de ter relações sexuais, desde que ele esteja em boas condições de saúde e tenha a liberação médica. No entanto, é possível que o homem sinta dor, desconforto ou sangramento durante o ato sexual, dependendo do tamanho e da localização do tumor. Além disso, o tratamento do câncer de pênis pode causar alterações na aparência e na sensibilidade do órgão, o que pode afetar a autoestima e a confiança do homem. Por isso, é importante que o homem tenha um acompanhamento psicológico e um diálogo aberto com seu parceiro ou parceira sobre suas dificuldades e expectativas.
  
• O câncer de pênis é fatal: Falso. O câncer de pênis tem cura, especialmente se for diagnosticado precocemente e tratado adequadamente. A taxa de sobrevida em 5 anos para os casos de câncer de pênis localizado é de cerca de 85%, enquanto que para os casos de câncer de pênis regional (que se espalhou para os linfonodos) é de cerca de 59%, e para os casos de câncer de pênis distante (que se espalhou para outros órgãos) é de cerca de 11%. Portanto, quanto mais cedo o câncer for detectado e tratado, maiores são as chances de cura e de preservação do órgão.

Promovendo a Conscientização e a Saúde Masculina

O câncer de pênis é uma doença que ainda sofre com o preconceito e a falta de informação na sociedade. Muitos homens têm vergonha ou medo de procurar ajuda médica quando notam alguma alteração no seu órgão genital, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento. Além disso, muitos homens desconhecem os fatores de risco e as medidas preventivas para evitar esse tipo de câncer.

Por isso, é essencial que se promova a conscientização e a saúde masculina, por meio de campanhas educativas, palestras, folders, cartazes, redes sociais, etc. 

Essas iniciativas devem abordar temas como a importância do autoexame do pênis, os sinais e sintomas do câncer de pênis, as formas de diagnóstico e tratamento, as consequências físicas e emocionais da doença, os mitos e verdades sobre o assunto, e as formas de prevenção.

O objetivo é incentivar os homens a cuidarem da sua saúde íntima, a procurarem um urologista regularmente e a não terem vergonha ou medo de falar sobre esse tema. Assim, espera-se reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de pênis no Brasil e no mundo.

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