A pieloplastia é um procedimento cirúrgico que visa corrigir obstruções no trato urinário, que podem causar dor, infecções, pedras nos rins e até insuficiência renal.
Neste artigo, vamos explicar o que é a pieloplastia, quando ela é necessária, como ela é realizada e quais são os cuidados pós-operatórios.
Explicação Detalhada da Pieloplastia
A pieloplastia é uma cirurgia que consiste em remover a parte obstruída do ureter, que é o canal que leva a urina do rim para a bexiga, e reconectar as partes saudáveis.
O objetivo é restaurar o fluxo normal de urina e evitar o acúmulo de pressão nos rins, que pode danificar o tecido renal e comprometer a função renal.
Existem diferentes variantes da pieloplastia, dependendo da localização e da extensão da obstrução, da técnica cirúrgica utilizada e do tipo de anestesia aplicada. As variantes mais comuns são:
- Pieloplastia aberta: é a forma mais tradicional de pieloplastia, que envolve uma incisão no abdômen ou nas costas para acessar o ureter e o rim. É uma cirurgia mais invasiva, que requer uma anestesia geral e um tempo de recuperação maior.
- Pieloplastia laparoscópica: é uma forma menos invasiva de pieloplastia, que envolve pequenas incisões no abdômen ou nas costas, por onde são inseridos instrumentos cirúrgicos e uma câmera que permite visualizar o ureter e o rim. É uma cirurgia que requer uma anestesia geral ou regional e um tempo de recuperação menor.
- Pieloplastia robótica: é uma forma ainda menos invasiva de pieloplastia, que envolve pequenas incisões no abdômen ou nas costas, por onde são inseridos instrumentos cirúrgicos e uma câmera que são controlados por um robô, que é operado por um cirurgião. É uma cirurgia que requer uma anestesia geral ou regional e um tempo de recuperação menor.
A recuperação pós-cirúrgica da pieloplastia depende do tipo de cirurgia realizada, da condição do paciente e da presença de complicações.
Em geral, o paciente precisa ficar internado por alguns dias, receber antibióticos e analgésicos, fazer exames de sangue e de urina, e usar um cateter ou um stent para drenar a urina. O tempo de recuperação varia de algumas semanas a alguns meses, dependendo da cicatrização e da recuperação da função renal.
Causas Comuns que Levam à Necessidade de Pieloplastia
As obstruções no trato urinário podem ter diversas causas, que podem ser congênitas ou adquiridas. As causas mais comuns que levam à necessidade de uma pieloplastia são:
- Estreitamento do ureter: é uma condição que pode ser causada por uma malformação congênita, por uma lesão traumática, por uma inflamação, por uma infecção, por um cálculo renal ou por um tumor. O estreitamento do ureter dificulta a passagem da urina, causando dor, inchaço, sangue na urina e infecções recorrentes.
- Obstrução congênita: é uma condição que ocorre quando o ureter nasce com uma curvatura anormal, que impede o fluxo normal de urina. Essa curvatura pode ser causada por um defeito no desenvolvimento embrionário, por uma anomalia genética ou por uma síndrome associada. A obstrução congênita pode causar dor, inchaço, sangue na urina, infecções recorrentes e atraso no crescimento.
- Outras causas: existem outras condições que podem causar obstruções no trato urinário, como tumores, cistos, endometriose, fibrose retroperitoneal, entre outras. Essas condições podem causar sintomas semelhantes aos das anteriores, e podem requerer uma pieloplastia ou outro tipo de tratamento.
Os sintomas que podem indicar a necessidade de uma pieloplastia variam de acordo com a gravidade e a duração da obstrução, mas podem incluir:
- Dor lombar ou abdominal, que pode se irradiar para a virilha ou para os genitais
- Inchaço ou sensibilidade na região do rim afetado
- Sangue na urina ou urina turva
- Febre, calafrios, náuseas ou vômitos
- Infecções urinárias frequentes ou resistentes
- Diminuição da quantidade ou da frequência de urina
- Aumento da pressão arterial ou da creatinina sérica

Diagnóstico e Avaliação Pré-Cirúrgica
O diagnóstico de uma obstrução no trato urinário é feito por meio de exames de imagem, que permitem visualizar o ureter, o rim e a bexiga, e avaliar o grau e a causa da obstrução.
Os exames de imagem mais utilizados são:
- Ultrassonografia: é um exame que usa ondas sonoras para gerar imagens do trato urinário. É um exame simples, rápido e indolor, que pode detectar a presença de dilatação, cálculos, tumores ou outras anormalidades no ureter e no rim.
- Urografia excretora: é um exame que usa um contraste radiopaco, que é injetado na veia e eliminado pela urina, para gerar imagens do trato urinário. É um exame que requer uma preparação prévia, que pode causar reações alérgicas ou efeitos colaterais, e que pode mostrar o fluxo, o tempo e a quantidade de urina que passa pelo ureter e pelo rim.
- Tomografia computadorizada: é um exame que usa raios X para gerar imagens tridimensionais do trato urinário. É um exame que requer uma exposição à radiação, que pode causar reações alérgicas ou efeitos colaterais, e que pode mostrar detalhes da anatomia, da estrutura e da função do ureter e do rim.
- Ressonância magnética: é um exame que usa um campo magnético para gerar imagens do trato urinário. É um exame que requer uma imobilização dentro de um aparelho, que pode causar claustrofobia ou interferência com implantes metálicos, e que pode mostrar detalhes da anatomia, da estrutura e da função do ureter e do rim.
A avaliação pré-cirúrgica é uma etapa fundamental antes da decisão pela pieloplastia, pois permite determinar a necessidade, a viabilidade e os riscos da intervenção. A avaliação pré-cirúrgica envolve:
- Uma anamnese, que é uma entrevista com o paciente, para obter informações sobre seus sintomas, seu histórico médico, seus hábitos de vida e seus medicamentos em uso.
- Um exame físico, que é uma avaliação clínica do paciente, para verificar seus sinais vitais, seu estado geral e sua condição renal.
- Exames laboratoriais, que são testes realizados com amostras de sangue, de urina ou de outros fluidos, para avaliar a função renal, a presença de infecção, a coagulação sanguínea e outros parâmetros.
- Exames complementares, que são testes adicionais que podem ser solicitados pelo médico, para esclarecer dúvidas, confirmar diagnósticos ou descartar outras possibilidades.
A avaliação pré-cirúrgica permite que os profissionais de saúde determinem a necessidade da pieloplastia, baseando-se em critérios como:
- A gravidade e a duração da obstrução
- A presença e a intensidade dos sintomas
- O impacto da obstrução na função renal
- A causa e a localização da obstrução
- A disponibilidade e a eficácia de outras opções de tratamento
- As preferências e as expectativas do paciente
Procedimento Cirúrgico e Técnicas Utilizadas
O procedimento cirúrgico da pieloplastia consiste em remover a parte obstruída do ureter e reconectar as partes saudáveis, restaurando o fluxo normal de urina e evitando o acúmulo de pressão nos rins.
As etapas do procedimento são:
- A preparação do paciente, que envolve a aplicação da anestesia, a limpeza e a desinfecção da área a ser operada, e a colocação de campos estéreis para isolar o campo cirúrgico.
- A abertura do acesso, que envolve a realização de uma ou mais incisões no abdômen ou nas costas, dependendo do tipo de cirurgia escolhido, para permitir a introdução dos instrumentos cirúrgicos e da câmera.
- A identificação do ureter e do rim, que envolve a localização e a exposição da parte obstruída do ureter e do rim afetado, usando a visão da câmera e a palpação manual.
- A remoção da obstrução, que envolve a seção e a retirada da parte estreitada ou curvada do ureter, usando tesouras, bisturis, pinças ou outros instrumentos cortantes.
- A reconstrução do ureter, que envolve a sutura ou a colagem das partes saudáveis do ureter, usando fios, grampos, colas ou outros materiais de fixação, para restabelecer a continuidade do canal.
- A colocação de um cateter ou um stent, que envolve a inserção de um tubo flexível ou rígido dentro do ureter, para facilitar a drenagem da urina e evitar o fechamento da anastomose.
- O fechamento do acesso, que envolve a sutura ou a colagem das incisões feitas no abdômen ou nas costas, usando fios, grampos, colas ou outros materiais de fechamento, para cicatrizar a pele e os tecidos.
A pieloplastia é uma cirurgia que pode apresentar algumas complicações, como sangramento, infecção, lesão de órgãos adjacentes, estenose da anastomose, formação de fístulas, retenção urinária, entre outras.
Por isso, é importante que o paciente seja monitorado durante e após a cirurgia, e que receba os cuidados adequados para prevenir ou tratar essas complicações.
Recuperação e Cuidados Pós-Operatórios
A recuperação e os cuidados pós-operatórios da pieloplastia dependem do tipo de cirurgia realizada, da condição do paciente e da presença de complicações.
Em geral, o paciente precisa ficar internado por alguns dias, receber antibióticos e analgésicos, fazer exames de sangue e de urina, e usar um cateter ou um stent para drenar a urina.
Alguns cuidados pós-operatórios essenciais para uma recuperação bem-sucedida são:
- Repouso relativo, que envolve evitar esforços físicos, movimentos bruscos, carregar peso ou dirigir por um período de tempo, que pode variar de algumas semanas a alguns meses, dependendo da cirurgia e da cicatrização.
- Higiene adequada, que envolve manter a limpeza e a secagem das incisões, trocar os curativos conforme orientação médica, e evitar o contato com fontes de infecção ou irritação.
- Alimentação balanceada, que envolve consumir alimentos leves, nutritivos e ricos em fibras, para evitar a constipação intestinal, que pode aumentar a pressão abdominal e dificultar a cicatrização. Também é importante evitar alimentos que possam causar gases, como feijão, repolho, couve-flor, entre outros.
- Hidratação adequada, que envolve ingerir bastante líquido, preferencialmente água, para manter a diurese e a eliminação de resíduos, e evitar a formação de cálculos renais. Também é importante evitar bebidas alcoólicas, cafeinadas ou gasosas, que podem irritar o trato urinário ou interferir na ação dos medicamentos.
- Acompanhamento médico, que envolve realizar consultas periódicas com o médico responsável pela cirurgia, para avaliar a evolução da recuperação, a retirada do cateter ou do stent, a realização de novos exames de imagem, e a liberação para as atividades normais.
A expectativa em relação à melhoria dos sintomas após uma pieloplastia é geralmente positiva, mas depende de vários fatores, como a causa, a extensão e a duração da obstrução, o tipo de cirurgia realizada, a presença de complicações, e a adesão aos cuidados pós-operatórios.
Em alguns casos, pode haver uma melhora imediata e completa dos sintomas, em outros, pode haver uma melhora gradual e parcial dos sintomas, e em outros, pode não haver uma melhora significativa dos sintomas.
Por isso, é importante que o paciente tenha expectativas realistas e mantenha uma comunicação aberta com o médico sobre os resultados da cirurgia.
Alternativas ou Tratamentos Complementares
A pieloplastia é uma das opções de tratamento para obstruções no trato urinário, mas não é a única. Existem outras alternativas ou tratamentos complementares que podem ser considerados em alguns casos, dependendo da causa, da gravidade e da localização da obstrução, da condição do paciente e da disponibilidade dos recursos. Algumas dessas alternativas ou tratamentos complementares são:
- Dilatação do ureter: é um procedimento que consiste em introduzir um cateter ou um balão no ureter, para alargar o canal e facilitar a passagem da urina. É um procedimento que pode ser feito por via endoscópica ou percutânea, que requer uma anestesia local ou regional, e que pode ser usado para tratar obstruções leves ou temporárias.
- Ureterolitotripsia: é um procedimento que consiste em fragmentar e remover cálculos renais ou ureterais, que podem causar obstruções no trato urinário. É um procedimento que pode ser feito por via endoscópica ou percutânea, que requer uma anestesia local ou regional, e que pode usar ondas de choque, laser ou ultrassom para quebrar as pedras.
- Nefrostomia: é um procedimento que consiste em inserir um cateter ou um tubo no rim, para drenar a urina diretamente para uma bolsa externa. É um procedimento que pode ser feito por via percutânea ou cirúrgica, que requer uma anestesia local ou regional, e que pode ser usado para aliviar a pressão nos rins, quando a obstrução é grave ou irreversível.
- Derivação urinária: é um procedimento que consiste em criar uma nova via para a eliminação da urina, usando parte do intestino ou de outros tecidos. É um procedimento que pode ser feito por via cirúrgica, que requer uma anestesia geral, e que pode ser usado para tratar obstruções complexas ou permanentes, que afetam a bexiga ou a uretra.
A escolha da alternativa ou do tratamento complementar mais adequado para cada caso deve ser feita em conjunto com o médico, levando em conta os benefícios, os riscos, os custos e as preferências do paciente.
A abordagem personalizada é fundamental para garantir a qualidade de vida e a satisfação do paciente.
Conclusão
A pieloplastia é uma cirurgia que pode ser indicada para tratar obstruções no trato urinário, que podem causar dor, infecções, pedras nos rins e até insuficiência renal.
A pieloplastia consiste em remover a parte obstruída do ureter e reconectar as partes saudáveis, restaurando o fluxo normal de urina e evitando o acúmulo de pressão nos rins.
Espero que este artigo tenha sido útil e informativo para você. Se você tiver alguma dúvida ou comentário, por favor, entre em contato com o seu médico ou com o nosso serviço de atendimento ao cliente.
Obrigado pela sua atenção e até a próxima.
